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domingo, 11 de março de 2012

O Lord não perdoa


(foto: iaaf.org)



Com a nobreza que o título de Lord lhe confere e com a autoridade de presidente da comissão organizadora dos Jogos, o ex-corredor Sebastian Coe foi taxativo: não quer que o velocista britânico Dwain Chambers compita nos Jogos. Ele alega que, se o Associação Olímpica Britânica (BOA, em inglês) baniu o corredor, não há por que um outro organismo (a Corte Arbitral do Esporte, no caso) modificar tal decisão.

Em 2003, Chambers foi punido com dois anos de suspensão por haver testado positivamente para o esteróide anabolizante THD (tetrahidrogestrinona), droga que, até aquele ano, não era detectada pelos exames de controle antidopegam. Ele foi um dos envolvidos no escândalo da Balco, laboratório norte-americano que fornecia essa substância aos atletas. O escândalo envolveu, inclusive, norte-americanos campeões olímpicos de Sydney/2000, como os ex-esposos Marion Jones e Tim Montgomery. Jones perdeu as cinco medalhas que conquistou (três de ouro) e Montgomery, medalhista de ouro no revezamento 4x100m, perdeu o recorde mundial dos 100m rasos, do qual era o detentor desde 2002.

Pelo regulamento da Associação Olímpica Britânica, o atleta nacional suspenso por dois anos ou mais pelo uso de doping fica impedido de disputar competições representando a entidade. Ou seja, Chambers pode disputar um campeonato mundial - como disputou o de Istambul e foi bronze nos 60m rasos - mas não pode participar dos Jogos Olímpicos.

A única participação olímpica de Dwain Chambers foi em Sydney. Na ocasião, ele ficou em quarto lugar nos 100m rasos, com o tempo de 10s08 na final. O título mais epressivo de sua carreira veio justamente depois da suspensão, quando foi o homem mais rápido do mundial indoor de Valência, em 2010.

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) decide nesta segunda-feira se essa pena imposta pelo comitê britânico é válida. Se o CAS disser que o banimento é injusto, para desgosto do Lord Seb Coe, Chambers poderá pleitear vaga no time britânico que corre em casa.

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